Nem todo Jornalismo é
Investigativo. Essa é uma afirmação, que não é aceita por uma maioria de
profissionais iniciantes e veteranos na área de comunicação, isso porque, a
maioria deles acreditam que todo jornalismo exige investigação, que tem como
sentido etimológico “seguir rastros”.
A expressão
‘Investigativo’, ainda é analisada por muitos leigos, e até mesmo por
profissionais iniciantes no jornalismo como uma ação desenvolvida apenas para
fatos policiais. Essa é uma idéia contestada pelo jornalista da Globo News,
Cláudio Renato Passavante, onde acredita que a investigação acontece em
qualquer área.
“Não somos detetives, não somos
policiais para averiguar apenas ocorrências de delegacias, presídios, morros,
etc. A investigação deve acontecer em qualquer área, pois o bom jornalismo
exige boa apuração e boa apuração exige investigação.
Saber ler um bom livro é investigar,
saber interpretar um documento também é investigar. O que temos que fazer para
produzir um bom texto é sempre “seguir os rastros” da informação”. – Cláudio
Renato
Passavante,
responsável em produzir o programa da jornalista Míriam Leitão, acredita que
quanto mais o repórter puder sair para conversar com pessoas, folhear nas mãos
documentos originais, mais bem feita será a apuração.
Contrapondo
ao que pensa o jornalista da Globo News, José Augusto Camargo, presidente do
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), não defende a idéia de que todo
jornalismo seja investigativo. Segundo ele, não se deve confundir
‘investigação’ com ‘pesquisa’.
Segundo o
presidente do SJSP, o jornalismo precisa levantar dados, informações e
opiniões, mas isso não significa "investigar" (no sentido
"popular").
“A imagem romântica do jornalista investigativo,
colunista de guerra, ou coisas assim, é uma pequena parte da história, não a
maioria, sequer a média da profissão” – José Augusto Camargo
Diante aos avanços tecnológicos, onde
estão presentes nas redações telefones, acesso a interent e outras ferramentas
de informação, há quem acredite que ao repórter não é mais exigido uma apuração
intensa de um determinado fato. José Augusto, pontua que as ferramentas de
informação não estão no mesmo patamar, uma vez que, com o telefone o repórter
vai direto a uma fonte a qual conhece, ou pelo menos, sabe se é confiável e
importante par sua matéria.
A internet é muito menos seletiva,
apresenta um volume bruto de informações que nem sempre são úteis, confiáveis
ou verdadeiras. O problema é que as ferramentas para uma boa reportagem estão
se tornando a própria reportagem.
Fundamentação
segundo Cleoff
Há ainda autores e profissionais de
comunicação que pontuam o fato do jornalismo investigativo necessariamente não
obriga ao repórter adotar uma postura de denúncia. Segundo o pesquisador
Alberto Dines, conforme seja o fato reportado, o jornalista tem que adotar
princípios filosóficos de que qualquer questão oferece duas perspectiva, uma a
favor e outra contra.
Para
Dines, a reportagem investigativa está chegando ao fim, segundo ele, isso
acontece pelo fato de que os grandes jornais optaram pela linha editorial
empresarial, que consiste basicamente em informar sem se comprometer. O autor
também aponta que o golpe fatal do jornalismo investigativo foi desferido
quando alguns órgãos públicos e também privados passaram a organizar seus
departamentos de informação para filtrar e divulgar através de releases.
De
posse da obra de Cleoff e da pesquisa feita com jornalista em exercício da
profissão, é possível concluir que a investigação está sendo uma das
características abandonadas pelo jornalismo. Como apontou o jornalista
pesquisador Alberto Dines, as grandes empresas estão adotando mais uma linha
empresarial, acredita-se que é o que dá mais lucro atualmente, pois é mais
interessante um veículo divulgar o que é de interesse do seu anunciante, que é
quem mantém o jornal/rádio/televisão/site.
Após
análise feita do assunto de forma global e especificamente da obra de Cleoff,
recomendo o tema Jornalismo Investigativo para todo profissional de Comunicação
e também para estudantes. É fundamental
tratar mais do assunto na fase acadêmica, para que não chegue ao mercado de
trabalho sem o conhecimento necessário para exercer a função.
Nenhum comentário:
Postar um comentário