sábado, 1 de dezembro de 2012

Jornalismo Investigativo - Trabalho da disciplina Agência de Notícias / Lílian Mattos



Nem todo Jornalismo é Investigativo. Essa é uma afirmação, que não é aceita por uma maioria de profissionais iniciantes e veteranos na área de comunicação, isso porque, a maioria deles acreditam que todo jornalismo exige investigação, que tem como sentido etimológico “seguir rastros”.
A expressão ‘Investigativo’, ainda é analisada por muitos leigos, e até mesmo por profissionais iniciantes no jornalismo como uma ação desenvolvida apenas para fatos policiais. Essa é uma idéia contestada pelo jornalista da Globo News, Cláudio Renato Passavante, onde acredita que a investigação acontece em qualquer área.

“Não somos detetives, não somos policiais para averiguar apenas ocorrências de delegacias, presídios, morros, etc. A investigação deve acontecer em qualquer área, pois o bom jornalismo exige boa apuração e boa apuração exige investigação.

Saber ler um bom livro é investigar, saber interpretar um documento também é investigar. O que temos que fazer para produzir um bom texto é sempre “seguir os rastros” da informação”. – Cláudio Renato
Passavante, responsável em produzir o programa da jornalista Míriam Leitão, acredita que quanto mais o repórter puder sair para conversar com pessoas, folhear nas mãos documentos originais, mais bem feita será a apuração.
Contrapondo ao que pensa o jornalista da Globo News, José Augusto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), não defende a idéia de que todo jornalismo seja investigativo. Segundo ele, não se deve confundir ‘investigação’ com ‘pesquisa’.
Segundo o presidente do SJSP, o jornalismo precisa levantar dados, informações e opiniões, mas isso não significa "investigar" (no sentido "popular").
  “A imagem romântica do jornalista investigativo, colunista de guerra, ou coisas assim, é uma pequena parte da história, não a maioria, sequer a média da profissão” – José Augusto Camargo
Diante aos avanços tecnológicos, onde estão presentes nas redações telefones, acesso a interent e outras ferramentas de informação, há quem acredite que ao repórter não é mais exigido uma apuração intensa de um determinado fato. José Augusto, pontua que as ferramentas de informação não estão no mesmo patamar, uma vez que, com o telefone o repórter vai direto a uma fonte a qual conhece, ou pelo menos, sabe se é confiável e importante par sua matéria.
 A internet é muito menos seletiva, apresenta um volume bruto de informações que nem sempre são úteis, confiáveis ou verdadeiras. O problema é que as ferramentas para uma boa reportagem estão se tornando a própria reportagem.

Fundamentação segundo Cleoff
Há ainda autores e profissionais de comunicação que pontuam o fato do jornalismo investigativo necessariamente não obriga ao repórter adotar uma postura de denúncia. Segundo o pesquisador Alberto Dines, conforme seja o fato reportado, o jornalista tem que adotar princípios filosóficos de que qualquer questão oferece duas perspectiva, uma a favor e outra contra.
Para Dines, a reportagem investigativa está chegando ao fim, segundo ele, isso acontece pelo fato de que os grandes jornais optaram pela linha editorial empresarial, que consiste basicamente em informar sem se comprometer. O autor também aponta que o golpe fatal do jornalismo investigativo foi desferido quando alguns órgãos públicos e também privados passaram a organizar seus departamentos de informação para filtrar e divulgar através de releases.
De posse da obra de Cleoff e da pesquisa feita com jornalista em exercício da profissão, é possível concluir que a investigação está sendo uma das características abandonadas pelo jornalismo. Como apontou o jornalista pesquisador Alberto Dines, as grandes empresas estão adotando mais uma linha empresarial, acredita-se que é o que dá mais lucro atualmente, pois é mais interessante um veículo divulgar o que é de interesse do seu anunciante, que é quem mantém o jornal/rádio/televisão/site.
Após análise feita do assunto de forma global e especificamente da obra de Cleoff, recomendo o tema Jornalismo Investigativo para todo profissional de Comunicação e também para estudantes.  É fundamental tratar mais do assunto na fase acadêmica, para que não chegue ao mercado de trabalho sem o conhecimento necessário para exercer a função.

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