“Não troco minha vida no brega por nada”, afirma garota de programa

O ambiente da Praça da Matriz em Feira de Santana à noite, é caracterizado como um ambiente diferenciado para ás pessoas que diariamente costumam transitar pelo lugar. Considerado como um dos pontos de prostituição mais movimentados da cidade, e também um dos mais antigos, as ‘meninas’ da praça começam a trabalhar ás 17hs e vão até o raiar do dia.

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Com idades diversificadas entre 18 e 54 anos, as profissionais do sexo costumam cobrar entre R$80,00 e R$120,00 pelo valor do programa, segundo uma das profissionais mais antigas da praça, identificada como ‘Tia Rai’, quanto mais nova for à menina, mais caro e mais rápido será o programa, pois para a antiga profissional, as jovens têm mais disposição e chegam a fazer até dez programas por noite, por isso as ‘meninas’ têm que agir rápido com os clientes.

‘Adriana’, assim como preferimos chamá-la, contou que tem 23 anos e que já freqüenta bregas há oito anos. “Gosto de ser prostituta, vou morrer prostituta, gosto de ser livre e é por isso que afirmo que quero distância do casamento. A liberdade é a melhor coisa e quando se é puta ainda é melhor, pois você é livre e ainda têm prazer”, declarou.

A jovem profissional do sexo, de 23 anos nos contou que estudou apenas até o 1º ano do segundo grau, para ela, a vida nos prostíbulos é bem mais promissora.

“Hoje eu vejo professor trabalhar muito, médico se acaba nos hospitais, enfermeiro, gari, jornalistas se arriscam e ganham uma miséria, já eu tenho prazer e ainda ganho dinheiro”, ressaltou, salientando, “muitos desses faturam em um mês o que eu ganho em uma ou duas noites, é por isso que eu não troco minha vida no brega por nada, pois ganhar 1000 reais em dez programas não é nada complicado, pelo contrário, é prazer em excesso”, comentou.

‘Bombom’, 39 anos, vive na Matriz há três anos, ela ressalta que um dos motivos de está todos os dias em busca de um programa para fazer, é visando à possibilidade de pagar suas dívidas e manter seus dois filhos.

‘Estela’, 48 anos, se negou a dá muitas informações a nossa reportagem porque disse que estava há horas bebendo e cheirando muita cocaína, para ter disposição e cumprir os oito programas que já tinha feito até o momento.

Proteção das DST’s

Indagada sobre a proteção para não contrair doenças sexualmente transmissíveis, ‘Adriana’, nos afirmou que a proteção maior está nas profissionais do sexo, pois segundo ela, é orientado para que nenhuma ‘menina’ acerte um programa sem a certeza do preservativo. “A cada três meses vou à ginecologista para me cuidar, quem anda dizendo que nós somos as infectadas, têm o “miolo mole”, são ignorantes, não se atentam para os maridos que estão nas ruas e levam doenças para ás camas das esposas”, contou.

Confirmando o que contou a jovem ‘Adriana’, a ginecologista Carmem Silvana contou que o grupo das profissionais dos sexos são as mais protegidas das Doenças Sexualmente Transmissíveis, uma vez que as mesmas tem o cuidado de se protegerem antes de qualquer contato sexual.

Clécia Azevêdo